Você sabe do que se trata “saúde digital”?
A saúde digital permite, por exemplo, ver seus registros médicos, receitas e orientações médicas digitalmente. Já pensou nisso? Isso já é realidade em alguns lugares do mundo.
O uso da tecnologia na área da saúde pode trazer praticidade, desenvolvimento e soluções tanto para médicos como para pacientes. De uma forma simples, podemos dizer que esse fenômeno introduz o assunto da saúde digital.
Esse tema ganhou mais notoriedade em 2020, no contexto da pandemia, já que o distanciamento de pessoas era uma necessidade. Além disso, evitar ir aos hospitais era muito importante naquele momento.
É claro que o Brasil já tinha interesse pelo tema, mas ainda de forma tímida. O Brasil adotou a prática da telemedicina só em 2020, com a Lei nº 13.989, por causa da pandemia – quando foi conveniente para desafogar os hospitais.
Essa Lei ainda era clara no sentido de que somente autorizava o uso da telemedicina enquanto durasse a crise ocasionada pelo coronavírus, mas foi um avanço.
No entanto, a telemedicina é um conceito trabalhado desde 1950. Em 1960 O Hospital Geral de Massachusetts e a NASA uniram esforços para usar tecnologias de comunicação para monitorar sinais vitais de astronautas no espaço.
Além disso, a Organização Mundial da Saúde há décadas já trata sobre o tema. Existe, inclusive, a Estratégia global sobre saúde digital 2020-2025 que visa promover a saúde de forma mais eficiente desde os habitantes dos grandes centros urbanos até as pessoas das áreas mais remotas do mundo.
Citamos aqui a teleconsulta, mas é preciso saber que ela é apenas uma parte da saúde digital. É claro que ela não é eficaz em todos os casos, mas muitas vezes ela se mostra como uma importante ferramenta que torna o atendimento mais simples e eficiente.
A teleconsulta vai além do clínico geral: dermatologia, pneumologia, psicologia, psiquiatria, neurologia. São diversas as especialidades que são abrangidas por essa modalidade de atendimento. Em alguns episódios do reality show Quilos Mortais é possível ver o Dr. Nowzaradan realizando uma teleconsulta de pós-operatório com sua paciente.
E não pense que ela acontece apenas como se fosse uma videochamada! Ela também pode acontecer de forma não simultânea, ou seja, o paciente envia suas considerações em tempo oportuno e recebe as respostas em horário posterior.
Poder realizar uma consulta dessa forma é excelente para as pessoas que não estão com um problema emergencial e/ou não têm tempo para se deslocar até a clínica. É uma ótima opção, também, para aqueles que em razão do serviço não conseguem manter comunicação em tempo real com o médico.
Mas não pense que a teleconsulta é o único benefício da saúde digital! Basta um relógio ou uma pulseira para que um médico consiga acompanhar algumas de suas métricas que ficam armazenadas em nuvem e à disposição da equipe médica. Doentes crônicos, que requerem atendimento frequente, podem se utilizar desses benefícios de monitoramento remoto.
Se há a possibilidade de teleconsulta e telemonitoramento, também é preciso destacar o papel da prescrição médica eletrônica. E não se preocupe: a receita digital é segura. Nela existem todas as informações que caracterizam o médico, o medicamento e pode conter, inclusive, Qrcode ou código de barras para facilitar ainda mais sua validação.
A saúde digital vai ganhando ainda mais profundidade quando pensamos nas impressões 3D. A impressão de próteses é uma realidade que traz conforto e qualidade de vida para centenas de pessoas.
A impressão de próteses é um exemplo clássico de que a saúde digital vem para baratear e democratizar o acesso à saúde.
Em um nível ainda mais complexo, há a presença da saúde digital no cenário cirúrgico! As telecirurgias são procedimentos realizados por um robô, que é controlado por um médico.
Recentemente houve um marco na medicina: um médico que estava na Itália operou um paciente que estava na China. Isso foi possível mediante o manejo de um robô e utilização da internet.
Por meio da transmissão de dados em tempo real, a cirurgia foi possível com a resposta do robô sendo de apenas 135 milissegundos em relação ao comando dado pelo cirurgião.
Trata-se de um grande avanço na democratização da saúde, já que foi a primeira telecirurgia em que médico e paciente estavam em continentes distintos.
Desde a teleconsulta até esse recente caso da telecirurgia intercontinental podemos ver como a saúde digital veio para facilitar nosso caminho, seja nos mais simples casos seja nos mais complexos.
VEJA ALGUNS BENEFÍCIOS DA SAÚDE DIGITAL:
- O paciente que busca uma simples consulta pode optar pela teleconsulta e assim evitar o trânsito dos grandes centros urbanos;
- A receita digital torna mais claro tanto o medicamento como as orientações médicas;
- A impressão em 3D vem barateando a utilização das próteses e democratizando o acesso às mesmas;
- As teleconsultas proporcionam o atendimento para as pessoas localizadas em lugares mais distantes e pessoas menos favorecidas;
- Por ser capaz de proporcionar atendimento às comunidades mais distantes, o atendimento remoto pode vir a ser instrumento de programas sociais até mesmo em outros países;
- Pequenas e grandes empresas podem se destacar no mercado e ao mesmo tempo se beneficiarem ao proporcionarem tempo e local adequado para seus funcionários terem atendimento remoto;
- O armazenamento digital das informações dos pacientes proporciona maior fluxo de informação tanto na relação “médico-paciente” como na relação “médico-equipe”;
- As telecirurgias democratizaram o acesso às soluções médicas, ao mesmo tempo em que reduz custos do paciente ou equipe médica.
Veja que a expressão “saúde digital” revela temas que vão além das interferências das tecnologias na saúde emocional e psicológica do indivíduo. Este é, também, um tema importante, mas que não expressa a complexidade do tema da saúde digital.